Homem que é homem depila o tórax, as costas, a perna ou mesmo a virilha? Quem pensa que isso é coisa de mulher está enganado. Há muito tempo, segundo Valcinir Bedin, presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME-SP), a masculinidade deixou de estar relacionada aos pelos do corpo.
"Aos poucos o pelo foi perdendo a sua principal função que era proteger o corpo, que permanece apenas nas áreas genitais e na proximidade dos olhos - cílios", explica Bedin. Atualmente, segundo ele, a função dos pelos se resume à ampliação da área corpórea. Portanto, tirá-los ou não é mais uma questão cultural. E com o clima tropical do Brasil a depilação se torna uma prática cada vez mais usual, como aponta Ana Clara Carneiro Andrade, professora do curso de Estética da Universidade Anhembi Morumbi.
Aumento da demanda
Não é a toa que pesquisas da Sociedade Brasileira de Medicina Estética apontam para o crescimento da procura por tratamentos estéticos masculinos. Em dez anos, estima-se que a demanda tenha passado de 1% para 20%. O que coloca o Brasil no segundo lugar no ranking de produtos de estética masculinos, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).
Os motivos que levam os homens a se livrarem dos pelos são os mais variados. Se de um lado, alguns dizem que é para minimizar o suor ou mesmo uma medida de higiene, de outro há quem confesse esta preocupado com a estética. "Essa é a opção mais comum, principalmente no verão. Os homens querem deixar a musculatura mais evidente", diz Ana Clara.
A procura maior, segundo ela, é pela depilação no tórax e nas costas. "A medida - independentemente do local - é mais comum entre os homens entre 18 e 25 anos. Os mais velhos preferem apenas aparar os pelos na altura do colarinho da camisa, do nariz e da orelha." Ana Clara, no entanto, afirma que não há certou ou errado, o que determina entre depilar e aparar é apenas o gosto.
E quanto às técnicas de depilação, as mais usadas pelos homens, assim como pelas mulheres, são as de cera quente e de laser. "Se você procura algo mais duradouro e menos dolorido, o laser é a melhor opção", destaca Bedin, que ressalta a importância do consumidor se certificar se o tipo de laser utilizado pela clínica de estética escolhida é aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mas, se a opção for pela cera quente, que é mais em conta, é importante que a "clínica use produtos descartáveis", diz Ana Clara. "Evite o uso de cera caseira. Opte pelos produtos com selo da Anvisa", acrescenta a professora. É preciso ainda ter cuidado com o sol e essa recomendação é geral para qualquer tipo de técnica. "Não se pode tomar sol nas 76 horas que antecedem o procedimento, para evitar manchas na pele, e nem mesmo 48 horas após, pela sensibilidade da pele."